Jovem que teve registro usado em laudo errado de HIV desabafa: ‘Fiquei muito chateada’

A jovem que teve oregistro profissional usado em um dos laudos do PCS Lab Saleme afirmou estar chateada por ter sido associada ao erro em testes de HIV. O laboratório é investigado por falhas nos exames, que provocaram a infecção pelo vírus em seis pacientes transplantados. Um dos resultados foi assinado por uma funcionária da empresa, com os dados da biomédica. 

Em entrevista ao ‘Jornal Nacional’ da TV Globo, Júlia Moraes de Oliveira Lima contou que se formou em Biomedicina no Recife, capital de Pernambuco, onde mora atualmente. A jovem trabalhava em São Paulo, na coleta domiciliar de DNA para testes de paternidade, e nunca atuou em laboratório e com análises clínicas. Há três anos, ela teve o registro cancelado pelo Conselho Regional de Biomedicina e já não exerce mais a profissão. 

Depois de saber que seu registro havia sido usado pelo laboratório, Júlia lamentou ter sido envolvida no caso. “Eu fiquei muito chateada, porque é uma coisa tão séria, tão triste. Tanta gente está passando por consequências gigantescas e é horrível saber que eu estou sendo vinculada a uma história dessa que eu, literalmente, não tenho nada a ver”, desabafou. 

O laudo, de maio deste ano, foi assinado por Jacqueline Iris Bacellar de Assis, que não consta como biomédica no Conselho Regional de Biomedicina da 1ª Região. Na ocasião, o documento apontou que o paciente não tinha HIV, mas pessoas que receberam seus órgãos foram contaminadas com o vírus. 

De acordo com o Conselho Federal de Biomedicina (CFBM), o PCS Lab não possui inscrição no Conselho Regional de Biomedicina da 1ª Região, jurisdição a qual pertence o estado do Rio de Janeiro, e também não há registro de anotação de responsabilidade técnica de profissional biomédico pelas atividades do laboratório nos assentamentos do Regional. 

Fonte: O Dia