Órgãos infectados por HIV: polícia prende sócio de laboratório

A Polícia Civil do RJ iniciou nesta segunda-feira (14) a Operação Verum, para tentar prender 4 pessoas no caso dos transplantes de órgãos infectados pelo HIV. Até a última atualização, no entanto, as autoridades já tinham prendido um sócio do PCS Lab Saleme, que o governo do RJ apontou como responsável pelo erro. 

O preso é Walter Vieira, médico ginecologista e responsável técnico do laboratório, que assinou um dos laudos com o falso negativo. Ele é tio do deputado federal Dr. Luizinho (PP). 

Agentes da Delegacia do Consumidor (Decon) saíram também para cumprir 11 mandados de busca e apreensão. O Plantão Judiciário do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro expediu os mandados. Além disso, os policiais precisaram arrombar a sede do PCS, em Nova Iguaçu.

“As investigações indicam que um grupo criminoso falsificou os laudos, e as equipes médicas os utilizaram. Laudos induzindo-as ao erro, o que levou a infecção de HIV dos pacientes. Um dos pacientes veio a falecer, com as causas da morte ainda sob investigação”, disse a Polícia Civil. 

A polícia investiga se o PCS Lab Saleme falsificou laudos em outros casos além dos transplantes — a unidade atendia outras 10 unidades de saúde estadual

“Diversas diligências complementares, portanto, estão sendo realizadas para identificar toda a cadeia de profissionais envolvidos nesse esquema criminoso. A Decon detalhou que responsabilizará prontamente todos conforme sua respectiva culpabilidade”.

Os envolvidos são investigados por crime contra as relações de consumoassociação criminosafalsidade ideológicafalsificação de documento particular e infração sanitária.

Entenda o escândalo do transplante de órgãos infectados

Seis pessoas que estavam na fila do transplante da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) receberam órgãos infectados pelo HIV de 2 doadores e agora testaram positivo para o vírus

Segundo o governo do estado, o erro foi em 2 exames do PCS Lab Saleme. A SES-RJ contratou a unidade privada em dezembro do ano passado. Entretanto, o contrato foi em um processo de licitação via pregão eletrônico no valor de R$ 11 milhões, para fazer a sorologia de órgãos doados. A Coordenadoria Estadual de Transplantes e a Vigilância Sanitária Estadual interditaram o laboratório.

Fonte: G1