Família de menina atropelada alega que hospital não tinha material para operar

Madalena Trajano Moreira, de 4 anos, morreu na última segunda-feira após ser atropelada por um táxi na Estrada das Canárias, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio. A menina estava na calçada com a mãe, Victoria Lorraine Trajano, de 21 anos, e as irmãs mais velhas, de 6 e 7 , quando foi atingida. Elas estavam indo à Clínica da Família do bairro para fazer o recadastramento do Bolsa Família — tomar vacinas e fazer pesagem.

Segundo relatos, enquanto estavam na calçada aguardando para atravessar, um táxi avançou a calçada e atropelou a mãe e as crianças. O condutor, identificado como Luiz Carlos Ribeiro, teria ficado em estado de choque e não conseguiu socorrer a menina levada ao hospital por um motorista de aplicativo.

Com ferimentos pelo corpo, Madalena foi socorrida no Hospital Municipal Evandro Freire (HMEF). Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde afirmou que a criança “foi prontamente atendida e recebeu todos os cuidados necessários para a estabilização do quadro”. Segundo a direção do HMEF, “ela foi transferida com prioridade para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, unidade especializada em neurocirurgia pediátrica”. Afirma ainda que ela foi atendida adequadamente.

Ao RJTV, a família afirmou que, após horas internada no Getúlio Vargas, teria “faltado material para que Madalena passasse por uma cirurgia”. A criança não resistiu e morreu na madrugada de terça-feira (dia 7).

A Secretaria Estadual de Saúde não confirma a necessidade de procedimento cirúrgico para o quadro hospitalar da criança. Em nota informou que a paciente chegou em estado gravíssimo e foi prontamente atendida por uma equipe multiprofissional.

“Após ser submetida ao exame de tomografia computadorizada, que não constatou indicação cirúrgica, a paciente foi encaminhada ao CTI pediátrico, para tratamento intensivo. Apesar de todos os esforços da equipe, a menina foi a óbito por conta das graves lesões”, destacou. Acrescentando que “a direção do Hospital Estadual Getúlio Vargas está à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos adicionais à família e se solidariza com a perda”.

Família pede justiça
O corpo da menina foi sepultado na manhã de ontem no Cemitério do Cacuia, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio. A mãe Victoria Lorraine, que também ficou ferida no acidente, não conseguiu comparecer ao enterro da filha. “Ela teve uma crise de ansiedade de madrugada. Está sob efeito de remédio e traumatizada”, conta a avó de Madalena, a doméstica Lucileide Trajano Jerônimo, de 42 anos, ao RJTV.

A avó pediu ainda que o caso seja investigado e que seja feita justiça.

“O taxista alegou que não estava se sentindo bem e não socorreu as vítimas. Foi um motorista de aplicativo que levou elas para o hospital. Mas o curioso é que ele (o taxista) foi logo em seguida para o Evandro Freire, então como não poderia ter levado elas?”, questiona Lucileide.

O caso foi registrado na 37ª DP (Ilha do Governador), a investigação está em andamento e agentes da Polícia Civil realizam diligências para apurar os fatos e as circunstâncias do crime.