Farinha pouca? Corre, porque não vai ter pirão.

Por Aristóteles Mendes Pedreira

Azedou a relação entre o Governador Cláudio Castro e os prefeitos do interior do Estado, integrantes de um consórcio com vistas às ações conjuntas para desenvolvimento do Norte e Noroeste do Estado do Rio, justamente, a área que sofre há anos com as agruras climáticas, ora secas extremas, ora enchentes dramáticas, dentre outras desvantagens históricas.

Há até um projeto no Congresso, proposto pelo então deputado federal e hoje prefeito de Campos dos Goytacazes, Wladimir Garotinho, para transformar a região em semiárido, e poder acessar benefícios fiscais concedidos a este tipo de região.

Recentemente, em um esforço de alguns prefeitos, algumas cidades conseguiram emplacar financiamentos no novo PAC, Programa de Aceleração do Crescimento, destaque para Campos dos Goytacazes, com mais de 500 milhões para trocar a frota de ônibus.

Pouco ou nada se viu do Governador nestas gestões por mais recursos, e dizem os mais ácidos que essa ausência dele até ajuda, já que Cláudio Castro não parece ser o preferido do Planalto.

E não digam porque ele é bolsonarista, porque Tarcísio de SP, dentre outros, e nem por isso são tão ignorados pelo Presidente e o Governo Federal.

Bem, mesmo assim, o Estado do Rio de Janeiro torrou mais de 20 bilhões da venda da CEDAE, e tantos outros bilhões de emendas do orçamento secreto, na gestão de Jair Bolsonaro, quando foram despejados enormes volumes destes recursos na campanha de 2022, quando o Governador foi reeleito, e construiu uma base parlamentar, aparentemente, sólida, mas que balançou na eleição da mesa diretora da ALERJ.

Acabou o milho, acabou a pipoca, e o amor verdadeiro que o Governador dizia ter pelo interior foi substituído pelo aviso: “se virem”, ou, “quem souber nadar, pule na água”.

Os prefeitos perceberam o tamanho do abacaxi que está em suas mãos para que descasquem.

Quando o Governador desejava se reeleger, liberou geral, e fez a máquina estadual contratar obras e serviços.

Agora, com o Estado quebrado pela gastança eleitoral, e pelo uso desenfreado das renúncias fiscais, isto é, dos impostos que o Estado deixa de cobrar de certos empresários, os prefeitos do interior ficaram “pendurados na brocha”, enquanto o Governador retirou-lhes a escada.

As obras e os contratos de serviços não vão ser pagos, e os prefeitos que anteviram esse perigo, e guardaram orçamento, podem até assumir esses contratos, para evitar o sofrimento, ainda maior de seus munícipes.

Já aqueles com maiores dificuldades no orçamento e arrecadação vão assistir aquele espetáculo pavoroso de obras paradas.

Um exemplo?

A ponte da integração, cuja entrega foi mais uma vez adiada para setembro, mas deveria ser “agosto”, “a gosto de deus”.

A obra da Estrada dos Ceramistas vai pelo mesmo caminho.

Macaé que se cuide com a duplicação da sua ponte da Barra.

Há muitos outros casos.

Em reta final de mandato, quando nem o café chega mais quente no gabinete, sem condições legais de concorrer a mais um mandato, parece que Greta Garbo vai morrer no Irajá.

Senhoras e senhores, é cada um por si e Castro contra todos.