Moradores de Itaboraí denunciam conexão forçada a internet ligada ao tráfico de drogas

Moradores de diversos bairros de Itaboraí, na Região Leste Fluminense do Rio de Janeiro, estão vivendo uma nova realidade de coerção e medo. De acordo com denúncias, a população tem sido obrigada a contratar um serviço de internet supostamente controlado pelo tráfico de drogas. Relatos indicam que provedores independentes foram expulsos da área, forçando os moradores a aderir ao serviço oferecido por criminosos do Comando Vermelho.

Nas últimas semanas, um novo provedor de internet começou a operar em alguns bairros de Itaboraí. Segundo informações de moradores, este provedor está diretamente vinculado ao tráfico local. Criminosos têm sabotado a infraestrutura das empresas concorrentes, deixando centenas de residências sem acesso à internet.

Uma moradora, que preferiu não se identificar por medo de represálias, relatou que técnicos de empresas concorrentes têm sido ameaçados e impedidos de realizar reparos na rede. “Os cabos são cortados durante a noite, e quando os técnicos chegam para consertar, são abordados por homens armados que os mandam embora. Não temos escolha a não ser aceitar o serviço deles”, disse a moradora.

Outro residente do bairro de Visconde, onde o problema é particularmente grave, contou que as sabotagens ocorrem há cerca de um mês. “Começamos a notar que a internet caía constantemente. Quando entrávamos em contato com nosso provedor, nos informavam que os cabos tinham sido danificados. Depois descobrimos que era obra dos traficantes”, afirmou.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro está ciente das denúncias e informou que investigações estão em andamento para apurar a veracidade dos fatos e identificar os responsáveis pelas ações criminosas. No entanto, a presença ostensiva dos criminosos e a intimidação da população têm dificultado a coleta de provas e o avanço das investigações.

O cenário é alarmante e destaca um problema maior que aflige diversas comunidades: a imposição do controle territorial por parte do tráfico de drogas. Esta prática não apenas expõe os moradores à violência, mas também compromete a livre escolha de serviços essenciais, como o acesso à internet.

Enquanto as autoridades trabalham para desmantelar essa rede criminosa, a população de Itaboraí permanece refém de um sistema paralelo que dita as regras do cotidiano, transformando um serviço essencial em mais uma ferramenta de controle e opressão.