Família acusa PM pela morte de mulher em Duque de Caxias; comunidade nega confronto com traficantes

A família de Quetilene Soares Souza, de 37 anos, acusa policiais militares pela morte dela, que aconteceu na quinta-feira em Dique, comunidade de Duque de Caxias. Segundo parentes, a mulher estava voltando para casa, quando foi atingida por bala perdida. Em nota, a corporação informou que havia confronto no local contra o tráfico e que, após saberem sobre Quetilene, a levaram para o Hospital Moacir do Carmo, onde ela morreu. Nas redes sociais, pessoas próximas à mulher negam que havia traficantes no momento dos disparos.

Quetilene, que trabalhava como gerente comercial, era casada há 11 anos e tinha duas filhas, de 7 e 2 anos. Em seu perfil no Facebook, ela costumava compartilhar fotos em família, sempre ao lado do marido e das meninas, chamadas por ela de “princesas”. Em uma publicação, de outubro de 2021, Quetilene compartilhou a ansiedade pelo nascimento da caçula. 

Ao RJ1, o viúvo de Quetilene, Gilian Martins, enfatizou que não havia confronto policial, já que os traficantes tinham se escondido.

— Minha esposa era a única de preto na rua, não tinha mais ninguém. Eles fizeram essa covardia e estão tentando responsabilizar o tráfico, não teve confronto nenhum. Eu não aguento mais chorar, é minha esposa, a mulher da minha vida. Eles destruíram uma família, tenho duas filhas, como vou contar para elas que a mãe morreu? 

Em nota, a Polícia Militar informou que policiais militares do 15ºBPM (Duque de Caxias), durante patrulhamento pela Av. Governador Leonel de Moura Brizola, em Gramacho, altura da Comunidade do Dique, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, foram alvos de vários disparos de arma de fogo por parte de criminosos. Houve confronto. De acordo com o comando da unidade, após o fim dos disparos, a equipe foi informada de que uma mulher teria sido atingida. Durante buscas, o fato foi constatado e, de imediato, ela foi socorrida para o Hospital Moacir do Carmo, onde infelizmente não resistiu aos ferimentos. 

Os policiais foram ouvidos na Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, responsável pelas investigações. As imagens das câmeras corporais serão analisadas e um procedimento interno foi aberto para acompanhar as circunstâncias do fato.

Fonte: Extra