Mesquita: dois mortos e um ferido em ação policial na Chatuba

Na tarde deste domingo (28), uma ação de policiamento da Polícia Militar na comunidade da Chatuba, em Mesquita, na Baixada Fluminense, resultou em duas mortes e um ferido. Segundo relatos, os policiais estavam em uma operação de rotina quando o incidente ocorreu, trazendo à tona uma nova onda de violência e tensão na região.

Logo após o confronto, moradores da comunidade reagiram com indignação, ateando fogo em objetos na entrada da Chatuba em sinal de protesto. Eles afirmaram que as vítimas eram inocentes e que os policiais agiram com extrema violência contra os residentes da área. “Nós vivemos com medo constante. Os policiais chegam atirando, sem se importar se há crianças ou idosos por perto”, disse uma moradora que preferiu não se identificar.

A Polícia Militar, no entanto, apresentou uma versão diferente dos acontecimentos. Segundo a corporação, os criminosos receberam as equipes a tiros quando entraram na comunidade. Em resposta ao ataque, os policiais revidaram e, posteriormente, encontraram armas e drogas com os mortos. “Nossa missão é garantir a segurança da população. Infelizmente, às vezes nos deparamos com situações onde somos obrigados a responder à altura”, declarou um porta-voz da Polícia Militar.

Chatuba e os frequentes confrontos

Este incidente aumenta a tensão na Chatuba, uma comunidade já marcada por confrontos frequentes entre a polícia e suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas. As constantes operações policiais na região geram controvérsia, pois os moradores denunciam abusos de autoridade e violência excessiva. Por outro lado, as autoridades defendem a necessidade dessas ações, pois acreditam que essas ações combatem o crime organizado.

Enquanto os moradores pedem justiça e alegam que a polícia abusou da força, as autoridades defendem a legitimidade de suas ações e afirmam que responderam a uma ameaça direta. “Não podemos permitir que criminosos continuem a dominar essas áreas. O objetivo das nossas operações é desmantelar o tráfico de drogas, e todas são baseadas em inteligência”, afirmou o comandante da operação.

As autoridades vão investigar o caso para esclarecer as circunstâncias das mortes e o uso da força policial durante a operação. A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) já assumiu a responsabilidade pela investigação. As autoridades ouvirão testemunhas e poderão analisar vídeos de câmeras de segurança para determinar os detalhes do confronto.

Direitos da população

Organizações de direitos humanos já se manifestaram, pedindo uma investigação imparcial e rigorosa. “É fundamental respeitar os direitos dos moradores e punir qualquer abuso de poder”, declarou um representante de uma ONG local.

A comunidade da Chatuba, por sua vez, permanece em estado de alerta, com receio de novos confrontos.