Caso Marielle: STF ouve miliciano, delegado e assessor

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, intimou onze pessoas para a audiência de instrução e julgamento do processo sobre os homicídios de Marielle Franco e Anderson Gomes. Dentre os intimados, destacam-se oito testemunhas de acusação do deputado federal Chiquinho Brazão, do conselheiro Domingos Brazão, do ex-assessor Robson Calixto Fonseca, do ex-chefe da Polícia Civil Rivaldo Barbosa e do major Ronaldo Paulo de Alves Pereira. Além disso, os depoimentos devem ocorrer por videoconferência, entre esta segunda e a próxima sexta-feira.

Os cinco são réus na ação penal por participação no homicídio e foram presos pela Polícia Federal. Como testemunhas, foram arrolados o delegado e os dois agentes da corporação responsáveis pelas investigações. 

Testemunha era assessor de Marielle

Também figura como testemunha um assessor parlamentar que trabalhou com Marielle na Câmara de Vereadores do Rio. Na ocasião, ele teria notado que Chiquinho, então vereador da Casa, apresentou “irritação fora do comum”. O caso ocorreu quando ela se opôs a um projeto de lei que facilitaria a regularização de loteamentos em bairros da Zona Oeste do Rio.

Ainda deve depor um homem que teria repassado o carro utilizado no crime. No início de 2018, ele obteve o Chevrolet Cobalt a pedido do bombeiro Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel, que também está preso desde então.

Será ouvido ainda o secretário municipal de Ordem Pública do Rio Brenno Carnevale. O delegado relatou ao Ministério Público a interferência de Rivaldo em dois inquéritos, sobre os assassinatos do ex-presidente da Portela Marcos Falcon, em 2016, e do Haylton Escafura, filho do bicheiro Piruinha, no ano seguinte. 

Também foi arrolado o miliciano Orlando Oliveira de Araújo, conhecido como Orlando Curicica. Em 2018, a Polícia Civil do Rio apontou Orlando Curicica como responsável pelo homicídio de Marielle. Ele então acusou Rivaldo de receber propina para sabotar investigações.

— A senhora sabe que vai ter que prender o chefe de polícia? — perguntou Curicica às promotoras, na época. 

A última testemunha de acusação intimada foi a viúva de Santiago José Geraldo, o Santiago Gordo. Ela morava próximo a um haras da família dos Brazão e, por isso, prestou depoimento à PF sobre a relação deles com o ex-policial militar Ronnie Lessa. Além disso, ele também está preso e confessou ter efetuado os disparos que mataram Marielle e Anderson.

Fonte: Extra