Julgamento de PRFs pela morte de menina de 3 anos é marcado

Está marcado para esta semana o julgamento dos três agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) acusados pela morte da menina petropolitana Heloísa dos Santos Silva, de três anos. Ela foi atingida na cabeça por disparos efetuados contra o carro onde ela e a família estavam quando voltavam de viagem depois de passar o feriado da Independência do ano passado. O crime aconteceu no Arco Metropolitano, na região de Seropédica. 

A audiência de instrução e as oitivas estão marcadas para terça (10), quarta (11) e sexta (13). O julgamento dos acusados será por homicídio consumado e quatro tentativas de homicídio, além de fraude processual. De acordo com o Ministério Público Federal, atualmente, os réus cumprem medidas cautelares: uso de tornozeleira eletrônica e proibição de se aproximarem das vítimas. 

“Uma investigação minuciosa precedeu a acusação, e estamos convencidos de que há justa causa para que os réus respondam por seus atos. Por outro lado, acreditamos que o julgamento é a resposta mínima que o Estado pode dar aos familiares das vítimas. Eles perderam seus entes, portanto, exatamente por ação de agentes deste Estado. Quando o sistema judicial funciona, como neste caso, obedecendo aos procedimentos legais, mas sem seletividade e com celeridade, damos um passo a mais na restauração da credibilidade que o referido sistema precisa ter junto à sociedade”, disse o coordenador do Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial, o procurador da República, Eduardo Benones. 

Entenda o Caso Heloísa

A família de Heloísa havia viajado para passar o feriado do Dia da Independência no ano passado em Itaguaí. O crime aconteceu quando estavam passando pelo Arco Metropolitano, em Seropédica, no dia sete de setembro de 2023. 

Os agentes perseguiram o carro onde estavam, além de Heloísa, o pai, a mãe, uma irmã e uma tia da menina. Por volta de 21h daquele dia, uma equipe da PRF iniciou uma perseguição ao carro onde eles estavam. 

Esse veículo, de acordo com os agentes, era roubado. Entretanto, o pai de Heloísa contou nos dias seguintes que não sabia disso quando comprou o automóvel. Os agentes que participaram da ação disseram que ouviram som de tiro e, por isso, efetuaram disparos de fuzil. Os tiros dados pelos policiais acertaram Heloísa na nuca e cervical. O Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, recebeu Heloísa. No local foi submetida a neurocirurgia, teve parada cardíaca e acabou morrendo em 16 de setembro. 

Enquanto ela estava internada, agentes da PRF abordaram os familiares de Heloísa e os funcionários do hospital. Por isso, há a acusação de fraude processual.

Fonte: O Diário de Petrópolis