Assessor da Alerj é condenado por homicídio em festa

A Justiça do Rio condenou a 14 anos de prisão Igor Costa do Amaral por homicídio. Ele teria matado um homem que o xingou em uma festa em Vila Rosali, São João de Meriti, em fevereiro de 2011. Após 13 horas de julgamento, o Conselho de Sentença acolheu denúncia do Ministério Público do Rio (MPRJ). 

Segundo as investigações, na madrugada do dia 27 de fevereiro de 2011, a vítima Luciano e seu amigo Ivan estavam em uma festa. Em determinado momento saíram de moto para comprar cigarros e entraram, equivocadamente, em uma rua sem saída. Após troca de xingamentos com um grupo de pessoas integrado por Igor e seu amigo Ney, os acusados foram na direção de Luciano e Ivan. Igor agrediu a vítima, o que levou à morte por traumatismo crânio-encefálico com hemorragia das meninges.

Homicídio por motivo fútil

Ivan conseguiu fugir, mas retornou ao local com outras pessoas que estavam na festa e viu o amigo gravemente ferido. “O homicídio foi cometido por motivo fútil, tão somente porque a vítima teria xingado os denunciados”. A alegação é da 2ª Promotoria de Justiça junto à 1ª Vara Criminal de São João de Meriti.

A defesa de Igor, às vésperas do julgamento, pediu o adiamento do Júri Popular, alegando que o acusado, assessor parlamentar da Presidência da Alerj, era um dos principais apoiadores do candidato a Prefeito de São João de Meriti, Léo Vieira, e que eventual condenação poderia desequilibrar o pleito eleitoral, ocorrido no último domingo (6). O pedido, no entanto, não foi aceito.

O julgamento do assessor da Alerj

Durante o julgamento, a defesa de Igor sustentou que a acusação se baseava em ilações. Além disso, que não havia “uma linha de prova” que pudesse justificar a condenação. Já a promotora de Justiça Denise Pieri sustentou a acusação em plenário. Ela usou o tempo de duas horas e meia. Ela leu dezenas de depoimentos produzidos em sede policial, a fim de que os jurados pudessem conhecer a verdade dos fatos e assim julgar de forma soberana.

Os depoimentos da testemunha Ivan foram destacados, ele estava no local quando Igor, na madrugada do crime, retirou a vítima da moto com uma gravata e arremessou sua cabeça contra o para-brisa de um caminhão que estava ali. “O acusado Igor tem 1,90m de altura, ao passo que a vítima Luciano tinha 1,77m e era franzina”, destacou a acusação.

Ao final, portanto, o MPRJ requereu a condenação de Igor, na forma da denúncia. Já Ney foi absolvido por entender que naquele contexto não havia prova de que participou do crime. “A promotora entendeu que não tinha como Ney prever que Igor iria assassinar Luciano, havendo certeza apenas quanto ao dolo de agredir, mas não quanto ao de matar. Por fim, o Conselho de Sentença acolheu a tese do MP após quase 13 horas de julgamento. Igor foi condenando à 14 anos de prisão e Ney absolvido das imputações da denúncia”, detalhou o MPRJ. Igor foi condenado pelo crime de homicídio qualificado por motivo fútil.

Fonte: O Dia