Seis pacientes transplantados no RJ receberam órgãos infectados com HIV


Seis pessoas que estavam na fila do transplante da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) receberam órgãos contaminados pelo HIV e agora testaram positivo para o vírus. O incidente é inédito na história do serviço. 

A notícia foi dada pela BandNews FM nesta sexta-feira (11). A SES-RJ confirmou as informações. O incidente também é investigado pelo Ministério da Saúde.

A infecção foi descoberta quando um paciente que recebeu um coração via SES-RJ começou a passar mal 9 meses depois do transplante. Após uma bateria de exames, veio o diagnóstico. 

As autoridades então refizeram todo o processo e descobriram que pelo menos 2 doadores tinham o HIV — mas a triagem dos órgãos deles, feita por um laboratório privado, não detectou o vírus e os despachou para o transplante. 

Esse estabelecimento foi contratado pela SES-RJ em dezembro do ano passado, em um processo de licitação no valor de R$ 11 milhões

A secretária estadual de Saúde, Cláudia Mello, disse que a 1ª ação tomada foi de transferir todos os exames de sorologia dos doadores desse laboratório para o Hemorio. 

“Então, a partir do dia 13 de setembro, toda a doação é passada direto das doações para o Hemorio”, disse Cláudia. O departamento está retestando o material armazenado de 286 doadores. 

O que a SES-RJ diz

“A Secretaria de Estado de Saúde (SES) considera o caso inadmissível. Uma comissão multidisciplinar foi criada para acolher os pacientes afetados e, imediatamente, foram tomadas medidas para garantir a segurança dos transplantados.

O laboratório privado, contratado por licitação pela Fundação Saúde para atender o programa de transplantes, teve o serviço suspenso logo após a ciência do caso e foi interditado cautelarmente. Com isso, os exames passaram a ser realizados pelo Hemorio.

A Secretaria está realizando um rastreio com a reavaliação de todas as amostras de sangue armazenadas dos doadores, a partir de dezembro de 2023, data da contratação do laboratório.

Uma sindicância foi instaurada para identificar e punir os responsáveis. Por necessidade de preservação das identidades dos doadores e transplantados, bem como do encaminhamento da sindicância, não serão divulgados detalhes das circunstâncias.

Esta é uma situação sem precedentes. O serviço de transplantes no Estado do Rio de Janeiro sempre realizou um trabalho de excelência e, desde 2006, salvou as vidas de mais de 16 mil pessoas.”

Fonte: G1