Influenciadores digitais suspeitos de envolvimento em um incêndio criminoso que ocorreu no Parque Natural Municipal da Prainha, Zona Oeste do Rio, são alvos de uma operação da Polícia Civil, através da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) e da Delegacia do Consumidor (Decon), em conjunto com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea). As equipes cumpriram mandados de busca e apreensão, na manhã desta sexta-feira (14), em endereços ligados aos investigados.
O crime ocorreu na última terça-feira (11). Segundo as investigações, um grupo de quatro homens parou no estacionamento que margeia a montanha do Parque da Prainha e passou a soltar rojões de morteiros em direção à área de vegetação. A ação fazia parte de uma promoção de rifas ilegais e foi documentado em gravação, publicada nas redes sociais.

Dois homens aparecem no vídeo fazendo o anúncio. Segundo eles, a rifa estava nas últimas cotas antes do sorteio. O ganhador teria direito a uma moto e equipamentos — como pneus reservas, óleo e capacetes —, além de celular. A dupla aparece soltando os rojões e jogando os cartuchos de papel, em formato cilíndrico, no local. A estrutura foi encontrada pelos bombeiros, que foram acionados para combater as chamas.
Segundo a polícia, ainda durante as gravações, o grupo, formado por quatro homens, percebeu que causou um foco de incêndio. Eles fugiram sem comunicar os fatos às autoridades. Num período de tempo seco, as chamas se alastraram na vegetação, atingindo área de preservação ambiental equivalente a quatro campos de futebol.
O Inea comunicou o caso à DPMA, que deu início às investigações, que levou à identificação de três dos envolvidos. Um quarto ainda deve ser identificado. Eles vão responder pelos crimes de associação criminosa, crime contra a economia popular e exploração de jogos de azar.
— O núcleo de proteção florestal do Inea entrou em contato com a DPMA assim que teve ciência do incêndio. Eles fizeram a primeira coleta de informações que possivelmente poderia ser um incêndio criminoso, a partir de filmagens e promoções de supostos influenciadores digitais para promoção de rifas ilegais e clandestinas. Assim que a gente teve ciência, a Polícia Civil, em menos de 24 horas, conseguiu identificar esses três autores, falta um quarto. A gente conseguiu, rapidamente, instruir inquérito policial. Pedimos buscas no plantão judiciário, foi deferido. A gente cumpriu hoje quatro buscas, recolhemos o material, apreendemos todo o kit do veículo, da moto, a carretinha, localizamos um colete balístico na casa de um dos investigados, fogos de artifício, material de rifas — disse o delegado da DPMA, André Prates, em entrevista ao “Bom Dia Rio”, da TV Globo.
O delegado ainda destaca que a promoção de rifas é ilegal, o que configurou em mais uma acusação de crime para os suspeitos.
— Todas as rifas são ilegais, precisam de autorização do Ministério da Fazenda. Elas só têm uma possibilidade de serem autorizadas quando têm função de fundo beneficente, que não é o caso, eles buscam o lucro — explicou.
Fonte: Extra