O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta quarta-feira (26) para aceitar a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete aliados, tornando-os réus por suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A decisão implica que todos responderão a processos criminais relacionados aos eventos que culminaram nos ataques de 8 de janeiro de 2023, quando sedes dos Três Poderes foram invadidas e vandalizadas por manifestantes.
Entre os acusados estão ex-ministros e altos funcionários do governo Bolsonaro, incluindo os ex-ministros da Defesa e da Segurança, bem como o ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). As acusações incluem tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada e danos qualificados ao patrimônio público.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou evidências que apontam para a existência de um plano, conhecido como “Daga Verde e Amarela”, que visava desestabilizar o país por meio de ações violentas, incluindo supostamente o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de um ministro do STF. Segundo as investigações, o plano não foi adiante devido à falta de apoio do alto comando militar.
Jair Bolsonaro nega as acusações e classificou o processo como uma “aberração jurídica”, afirmando que nunca tentou promover um golpe de Estado. No entanto, se condenado, o ex-presidente poderá enfrentar penas que ultrapassam 40 anos de prisão.
A decisão do STF marca um momento histórico na política brasileira, evidenciando a disposição das instituições em responsabilizar altos escalões do governo por atos considerados antidemocráticos. Observadores internacionais acompanham de perto o desenrolar do processo, que poderá ter implicações significativas para o futuro político do país.
Por Jornal do Estado