Homens que não pagam pensão para os filhos são enviados para lutar na guerra contra a Ucrânia

A Rússia está usando a guerra contra a Ucrânia como forma de punir pais que não assumem suas responsabilidades financeiras com as crianças. Segundo porta-vozes do governo, homens devedores de pensão alimentícia estão sendo enviados para lutar no front dos conflitos, como uma espécie de “castigo”.

“Nós pegamos com os oficiais de Justiça uma lista de devedores de pensão alimentícia e enviamos esses homens para o front [da guerra com a Ucrânia]. Pessoas que não pagam suas dívidas com os seus filhos agora não apenas farão isso, como terão de usar parte de seus salários como soldados para pagar a pensão alimentícia”, disse a jornalista Margarita Simonyan, em um vídeo veiculado pela mídia estatal russa.

O movimento de mandar os homens devedores para a guerra não é uma iniciativa apenas do governo. Grupos de mulheres também já estão se organizando para denunciar seus ex-parceiros devedores para as autoridades, para que eles também possam ser enviados para defender o país no conflito. ainda mais depois que o presidente russo, Vladimir Putin, convocou mais 300 mil homens para o conflito, no mês passado.

Uma delas é a ex-modelo e apresentadora de TV Dana Borisova, que há anos está em uma disputa legal com o pai de sua filha adolescente. “Tenho um devedor de pensão alimentícia morando na casa do meu vizinho: o pai da minha filha. Infelizmente, ele ainda não recebeu uma intimação [para ir para a guerra]. Eu sinceramente acharia ótimo se ele assumisse alguma responsabilidade, se não em relação à nossa filha, pelo menos em relação ao nosso país”, disse em entrevista ao jornal Daily Mail. “Homens que devem pensão só vão aprender alguma lição se forem para a linha de frente mesmo. Se isso não ajudar, o que mais pode fazê-los mudar?”, completou.

Outra mulher, Lilya Sergeyeva, também disse que gostaria que seu ex-companheiro fosse para a guerra. Segundo ela, o pai de sua filha nunca participou da criação da menina e nem arcou com as suas responsabilidades financeiras. “Seria até bom se ele morresse no conflito”, disse. A indenização do governo para as famílias de soldados mortos chega a até R$920 mil.

Fonte: Revista Crescer