Presídio de Campos ganha espaço cultural para atividade terapêutica de leitura

Ação é fruto da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional, implantada por meio da união de forças da Secretaria Municipal de Saúde e SEAP.

Funcionando desde janeiro deste ano nas três unidades prisionais de Campos, a assistência à saúde dos privados de liberdade recebeu grande apoio por meio da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP), que já começa a registrar resultados positivos.

O objetivo da PNAISP é garantir à população carcerária o acesso a uma saúde básica de qualidade. Os atendimentos médico, psicológico e de enfermagem ocorrem dentro das penitenciárias, reduzindo assim a urgência e, em muitas vezes, a necessidade de deslocamentos dos custodiados para unidades de saúde externas.

Sua implantação nas unidades prisionais se deu por meio da união de forças da Secretaria Municipal de Saúde, através da Diretoria de Atenção Básica, e da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP).

Segundo o diretor de Atenção Básica, médico infectologista Rodrigo Carneiro, em cada uma das três unidades há uma equipe multidisciplinar, formada por médico, enfermeiro, técnico de enfermagem, psicólogo, psiquiatra, ginecologista, assistente social, dentista e auxiliar de Saúde Bucal para atendimentos aos privados de liberdade, número que, no município, gira em torno de 3 mil pessoas. Somente no Presídio Carlos Tinoco da Fonseca há 1,6 mil privados de liberdade.

Por iniciativa da psicóloga Aline Viana Nunes, da PNAISP, o Carlos Tinoco da Fonseca, no bairro da Codin, em Guarus, passou a contar, desde março, com um trabalho literário terapêutico voltado para a saúde mental. “Por meio da biblioterapia, buscamos incentivar a prática da leitura como função terapêutica”, explicou Aline.

Ainda de acordo com a psicóloga, mais de 100 custodiados já se tornaram leitores a partir da implantação da atividade terapêutica de leitura, que atualmente dispõe de 200 livros, entre títulos de leitura básica até títulos da literatura clássica, em espaço cultural.

“Temos internos que já leram três livros em um mês. Emprestamos os livros e monitoramos seu uso. Procuramos saber se a pessoa está realmente lendo e gostando. O livro é um recurso alternativo saudável não só para cuidar da alma e do corpo, mas para ocupar o tempo ocioso enquanto estão presos”, disse Aline, ressaltando que a placa de madeira que leva o nome do espaço cultural e as prateleiras onde ficam as publicações foram confeccionadas pelos próprios detentos.

“Aqueles que desejarem doar livros podem comparecer à sede da Secretaria de Saúde, das 8h às 17h, e entregar os exemplares na Diretoria da Atenção Básica”, completou.