Campos dos Goytacazes, 24 de abril de 2025 — A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) ordenou a evacuação completa da plataforma PCH-1 (Cherne 1), operada pela Petrobras na Bacia de Campos, após uma explosão seguida de incêndio ocorrida na última segunda-feira (21). A decisão, formalizada no Ofício nº 328/2025, foi motivada por falhas graves na resposta de emergência da empresa.
Segundo a ANP, a Petrobras não possuía informações básicas sobre a situação de segurança a bordo da plataforma. Às 16h15 daquele dia, ainda havia 117 trabalhadores a bordo — número significativamente superior ao limite de 46 pessoas previsto nos procedimentos internos da própria empresa para situações de emergência na PCH-1.
Entre as falhas identificadas pela ANP estão:
- Ausência de um plano efetivo de evacuação para redução imediata do pessoal a bordo;
- Desconhecimento sobre a origem e localização do vazamento de gás que causou a explosão;
- Possibilidade de novos vazamentos, já que o local exato do rompimento ainda não foi identificado;
- Danos estruturais que comprometem a segurança da unidade.
O Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) já havia denunciado anteriormente uma série de pendências de segurança na PCH-1, incluindo problemas nos painéis elétricos da sonda, falhas no sistema de detecção de fogo e gás, operação do sistema de injeção de água acima da pressão projetada, e linhas do sistema de dilúvio com baixa espessura.
Paralelamente, o Ministério do Trabalho iniciou uma investigação para apurar se falhas de gerenciamento contribuíram para o incêndio. Mais de 30 trabalhadores precisaram de atendimento médico, sendo que 10 ainda estão internados, um deles em estado grave. A chefe da fiscalização de Segurança e Saúde da pasta, Ana Luiza Horcades, afirmou que a Petrobras já foi notificada sobre a análise que será feita pela Auditoria Fiscal do Trabalho. Segundo Horcades, serão investigados os fatores que contribuíram para o incêndio e se houve falha no gerenciamento das plataformas.
A ANP reforçou que a evacuação total da plataforma é necessária para garantir a segurança dos trabalhadores e prevenir novos incidentes. A Petrobras foi notificada a apresentar informações adicionais sobre as medidas adotadas para mitigar os riscos e restabelecer as condições de segurança na unidade.
