As recentes enchentes no Rio Grande do Sul estão causando preocupações entre economistas e analistas financeiros devido ao potencial impacto no aumento dos preços dos alimentos, como arroz, proteína animal e óleo de soja. A expectativa é que a inflação de 2024 sofra uma elevação de pelo menos 0,1 ponto percentual no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).
As chuvas torrenciais que assolaram o estado gaúcho já resultaram em mais de 80 mortes e afetaram 345 municípios, segundo dados da Defesa Civil do governo do Rio Grande do Sul. Agora, o temor se volta para as consequências econômicas desse desastre natural.
Segundo análises de economistas, a produção agrícola gaúcha, especialmente de grãos como soja e arroz, será fortemente afetada, o que deve refletir diretamente nos preços desses alimentos. Estima-se que o preço do arroz no varejo poderá aumentar em até 20%, dada a relevância do Rio Grande do Sul na produção nacional, respondendo por 70% da safra do país.
Tatiana Pinheiro, economista-chefe da Galapagos, ressalta que o arroz será o primeiro produto a apresentar elevação de preços nos supermercados. Além do arroz, outros alimentos também devem sofrer aumentos significativos, como milho, feijão, carne suína, carne de frango, óleo de soja e leite.
A crise também afetará a produção de proteína animal, já que o estado concentra um grande número de frigoríficos de abate de aves e suínos. A destruição de estradas e vias de transporte dificultará o escoamento da produção, levando a um aumento nos preços das carnes.
Carlos Lopes, economista do Banco BV, estima que o impacto das chuvas no estado poderá gerar uma alta de 0,2 a 0,3 ponto percentual no IPCA para 2024. O risco é maior devido aos problemas de armazenagem das safras, que podem levar a perdas significativas.
Diante desse cenário, organizações do terceiro setor e órgãos públicos têm se mobilizado para ajudar as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul.
