Casa que falta pão, todo mundo grita e ninguém tem razão

Por Aristóteles Mendes Pedreira

Na nossa vizinha Macaé, a Princesinha do Atlântico, nem falta pão, quer dizer, não falta dinheiro para o pão.

Mas é verdade que anda faltando comida na mesa dos professores.

Daí a gritaria.

A cidade tem sido sacudida, dia sim, outro também, pelas manifestações dos professores, que se espalhou pelas redes sociais, e tem tirado o sono do Prefeito Welberth Resende.

As passeatas, animadas pela batucada, têm se tornado atração turística na cidade, e se espalhou pelas redes sociais.

Dona de um dos maiores orçamentos do interior do Estado, Macaé assiste ao embate sem entender bem o que está acontecendo.

Afinal, perguntam os macaenses:

Há motivo para os professores estarem em greve?

Há.

Há dinheiro para atender, se não todas, mas ao menos parte dos pedidos?

Há.

Então o que falta?

Talvez falte sensibilidade, ou talvez sobre aquela sensação de que o favoritismo atual seja irreversível.

De todo modo, hoje o governo do Prefeito Welberth foi sacudido por um discurso do vereador aliado (?) Guto Garcia, que já foi secretário de educação em outras administrações.

Uma coisa se sabe, todos perdem com o impasse, e caberia ao chefe do executivo mostrar sua sabedoria e liderança, chamando todos à mesa de negociação, até que fossem esgotadas todas as possibilidades.

Um bom exemplo está na cidade vizinha, Campos dos Goytacazes, onde o Prefeito Wladimir Garotinho costurou uma negociação com os servidores, e se antecipou aos problemas que poderiam explodir no seu colo nas portas da eleição.

A presidente do sindicato dos servidores municipais campistas, que hoje se apresenta como possível candidata à prefeitura pelo PT, não consegue levar mais de 20 pessoas nas suas manifestações.

Welberth Resende é um dos prefeitos com maior folga na aprovação, e favoritismo à reeleição, e dizem que só perde para ele mesmo.

Da forma como tem agido, fica a dúvida:

Será que ele está tentando derrotar a si próprio?