O governador Cláudio Castro vai a Brasília nesta quinta-feira (31) para uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, onde discutirá medidas para fortalecer a segurança pública no estado. O encontro, entretanto, ocorre em meio a uma série de episódios violentos, incluindo o tiroteio na Avenida Brasil que resultou na morte de três pessoas. Castro busca apoio do governo federal para ampliar os investimentos na área e reforçar a atuação das forças de segurança.

Em entrevista ao “Bom Dia Rio”, da TV Globo, nesta quarta-feira (30), o governador detalhou os principais pontos que levará ao presidente. Entre as prioridades, no entanto, estão os gastos na segurança pública, a necessidade de mudanças na legislação, a construção de novos presídios, o patrulhamento em rodovias federais e o combate a criminosos vindos de outros estados que se refugiam no Rio.

“Queremos que esse gasto nas forças de segurança não contem nem para Lei de Responsabilidade Fiscal, nem para o teto de gasto e nem para o regime de recuperação fiscal. Hoje temos um déficit na Polícia Militar, em torno de 17 mil homens, 10 mil no Bombeiro e 8 mil na Civil. Precisamos evitar punições por realizar esse gasto. A mudança na legislação é fundamental. Além disso, precisamos construir três presídios, temos déficit de 14 mil vagas, mais o nosso presídio de segurança máxima. O investimento dos dois somados chega na casa de R$ 300 milhões”, disse.
Castro define tiroteio como ato de terrorismo
Além disso, o governador relembrou o tiroteio ocorrido na última quinta-feira (24), que definiu como um ato de terrorismo. Castro afirmou que as mortes não resultaram de uma troca de tiros entre policiais e criminosos, mas de uma ação deliberada dos traficantes para afastar a polícia.
“Quando chegamos muito perto de um líder, ele mandou o pessoal sair de onde estava. Não era confronto entre policiais e bandidos. Eles saíram, foram até a Avenida Brasil e atiraram nas pessoas. Ali, o traficante olhou para o ônibus, atirou e mirou nas pessoas. Isso é terrorismo, não é um confronto em que uma bala perdida atingiu um inocente. Essas pessoas morreram para forçar a polícia a sair da comunidade e proteger a vida”, afirmou Castro.
Armamentos usados pelo crime
Além disso, o governador também apontou que os fuzis utilizados por criminosos em ações violentas como essa entram no país de forma ilegal, vindos dos Estados Unidos, através de países como Paraguai, Colômbia ou Bolívia. “Este ano, 540 armas foram apreendidas, das quais 90% têm origem nos EUA e 80% entraram pelo Paraguai, Colômbia ou Bolívia. As armas saem das fábricas com monitoramento, mas, ao chegarem nesses países, removem o controle, e ninguém sabe para onde vão. Esses fuzis entram no Brasil contrabandeados. O Brasil tem que ser duro e romper relação comercial. Esse fuzil é o que está assaltando a gente na rua hoje e matando inocentes”, ressaltou.
Fonte: O Dia