Chuva no RJ: mulher deu à luz após chegar a hospital num bote

À medida que o Rio e a Baixada Fluminense alagavam devido às chuvas deste sábado, famílias viviam dramas com finais, muitas vezes, opostos. Na Zona Norte carioca, o nascimento de uma menina, às 13h55, foi o desfecho de alívio numa história de tensão máxima. A mãe da bebê entrou em trabalho de parto enquanto era levada de bote até Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, em Acari. Em Belford Roxo, no entanto, insistia a angústia de um homem que assistiu à sua mulher ser levada pelo Rio Botas, no bairro Andrade Araújo. Ela continuava desaparecida até o final de domingo.

A aflição da grávida que por um triz não deu à luz numa embarcação no meio do caos começou quando a bolsa dela estourou. Com nove meses de gestação e moradora de Nova Iguaçu, ela se viu impedida de se deslocar até o Ronaldo Gazolla por conta do nível elevado da água nas ruas da região na madrugada de ontem. Com as vias alagadas em seu trajeto até a unidade de saúde, enquanto sentia as contrações do parto, a gestante precisou ser resgatada pelo Corpo de Bombeiros. Ela foi levada de bote pelos militares até a maternidade do hospital. Já no local, ela foi atendida e transferida, logo em seguida, para o Hospital Maternidade Herculano Pinheiro, em Madureira, onde passou por uma cesariana. A menina veio ao mundo pesando cerca de 3 quilos.

Nas imagens divulgadas pelos bombeiros, a mulher recebe, ao todo, a ajuda de seis profissionais para realizar o percurso de bote. Segundo a corporação, a ambulância do Samu não conseguiu acessar o local em que a paciente estava para transportá-la em segurança. A solução foi utilizar a embarcação e remar contra a enchente.

Em Belford Roxo, no entanto, os militares utilizaram até drones para tentar encontrar a mulher sumida no Rio Botas, um dos principais da Baixada. O marido e ela estariam dentro de um carro, arrastado pela correnteza. O homem conseguiu escapar. Ela, não.

Já no bairro Jardim América, próximo à Rodovia Presidente Dutra, no Rio, uma idosa contou com a solidariedade de sete homens que a resgataram com um colchão e uma corda. Eles tinham água na altura do pescoço, mas não desistiram de tirá-la da inundação.

São casos de um temporal que não poupou nem quem deveria estar a postos para ajudar a população. A forte chuva afetou, inclusive, as forças de segurança e da Defesa Civil. No 9º BPM (Rocha Miranda), na Zona Norte da capital, o pátio ficou inundado, deixando viaturas debaixo d’água. A superintendência da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Irajá, ficou com o pátio alagado, registrando danos materiais. E o quartel do Corpo de Bombeiros em Nova Iguaçu foi outra unidade invadida pela água.

Cenas inusitadas

O batalhão da Polícia Militar de Rocha Miranda, por exemplo, fica numa das áreas mais afetadas pelas chuvas e pelo transbordamento do Rio Acari. Num vídeo divulgado em redes sociais, é possível ver a grande quantidade de água no pátio, com viaturas quase totalmente submersas.

A enxurrada produziu ainda cenas inusitadas. Em São Gonçalo, na Região Metropolitana, dutos de uma obra de drenagem foram deslocados e arrastados pela cheia da noite de sábado.

Em Acari, por sua vez, moradores foram surpreendidos ontem pela presença de jacarés nas ruas alagadas da comunidade e compartilharam nas redes sociais imagens dos animais em meio à enchente. No X, antigo Twitter, internautas questionaram a origem dos répteis na região. “Tem fazenda de jacaré no Acari, devem ter escapado de lá”, comentou um deles.

Outro jacaré foi flagrado em Anchieta. Em imagens feitas por um morador, é possível avistar o réptil a poucos metros de um ônibus que circulava com dificuldade pela pista.

Ainda na Zona Norte, em Rocha Miranda, circularam nas redes cenas de um homem de jet ski na Rua dos Italianos, em frente ao Centro Municipal de Saúde Carmela Dutra, trafegando na via alagada.

Na região, se Anchieta registrou o maior volume de chuvas (264,4mm em 24 horas, segundo a prefeitura), outros bairros também estiveram entre os mais afetados do Rio, como Irajá (213,6mm) e Madureira (187,2mm).

Falta de resiliência
Choveu muito, porém, menos que em outras chuvas fortes que já ocorreram no Rio, como a de 2019, quando o acumulado em 24 horas foi de 343,4mm na Rocinha, segundo o Alerta Rio, ou a de 2010, que teve 360,2mm no Sumaré. O volume também passou longe dos 534,4mm em 24 horas que caíram sobre Petrópolis, em 20 de março de 2022. O que aponta que, a despeito da intensidade da chuva do fim de semana, mais uma vez ficou demonstrada a falta de resiliência das cidades do Rio diante dos eventos climáticos.

A enxurrada produziu ainda cenas inusitadas. Em São Gonçalo, na Região Metropolitana, dutos de uma obra de drenagem foram deslocados e arrastados pela cheia da noite de sábado.

Em Acari, por sua vez, moradores foram surpreendidos ontem pela presença de jacarés nas ruas alagadas da comunidade e compartilharam nas redes sociais imagens dos animais em meio à enchente. No X, antigo Twitter, internautas questionaram a origem dos répteis na região. “Tem fazenda de jacaré no Acari, devem ter escapado de lá”, comentou um deles.

Outro jacaré foi flagrado em Anchieta. Em imagens feitas por um morador, é possível avistar o réptil a poucos metros de um ônibus que circulava com dificuldade pela pista.

Ainda na Zona Norte, em Rocha Miranda, circularam nas redes cenas de um homem de jet ski na Rua dos Italianos, em frente ao Centro Municipal de Saúde Carmela Dutra, trafegando na via alagada.

Na região, se Anchieta registrou o maior volume de chuvas (264,4mm em 24 horas, segundo a prefeitura), outros bairros também estiveram entre os mais afetados do Rio, como Irajá (213,6mm) e Madureira (187,2mm).

Fonte: Jornal Extra