A Polícia Civil realiza, neste domingo (20), a segunda fase da operação contra os envolvidos na emissão de laudos falsos que causaram infecções por HIV em transplantes de órgãos. Agentes da Delegacia do Consumidor (Decon) saíram para cumprir um mandado de prisão e oito de busca e apreensão. Durante a ação, Adriana Vargas dos Anjos, funcionária do PCS Saleme, foi presa em Belford Roxo, na Baixada Fluminense.

Na primeira fase, a polícia descobriu uma falha operacional de controle de qualidade nos testes de diagnóstico de HIV feitos pelo laboratório. Os reagentes dos testes precisavam ser analisados diariamente, mas as investigações apontaram que houve determinação para que fosse diminuída a fiscalização, que passou a ser feita semanalmente, visando a redução de custos e aumento de lucros.

Na ocasião, quatro pessoas foram presas. Walter Vieira, sócio do PCS Saleme, e Ivanilson Fernandes dos Santos, técnico do laboratório, foram presos durante a Operação Verum na segunda-feira (14). No dia seguinte, Jacqueline Iris Barcellar de Assis, auxiliar administrativa do estabelecimento, se entregou na Cidade da Polícia, em Benfica. Por fim, o biólogo Cleber de Oliveira Santos foi detido na quarta-feira (16), após desembarcar no Aeroporto do Galeão de um voo de João Pessoa (PB).
As investigações indicam que os laudos falsificados foram utilizados pelas equipes médicas, induzindo-as ao erro, o que levou à contaminação de pelo menos seis pacientes. Os envolvidos foram autuados por diversos crimes como as relações de consumo, associação criminosa, falsidade ideológica, falsificação de documento particular e infração sanitária. O Tribunal de Justiça do Rio prorrogou por mais cinco dias a prisão temporária dos quatro funcionários. A decisão da 2ª Vara Criminal de Nova Iguaçu foi tomada nesta quinta-feira (17).
Com o avançar das investigações, a Polícia Civil desmembrou o procedimento que apura os falsos laudos emitidos pelo laboratório e instaurou um novo inquérito para investigar o processo de contratação do PCS Lab. O trabalho conta com o apoio do Departamento-Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD) da Polícia Civil e da Controladoria-Geral do Estado.
Fonte: O Dia