Brasília, 11 de junho de 2025 – Em meio ao interrogatório do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub voltou a expressar arrependimento por seu apoio ao bolsonarismo. Em post no X (antigo Twitter), nesta terça-feira (10), Weintraub afirmou com sinceridade:
“Nós, que acreditamos no Bolsonaro em algum momento, fomos otários! Eu fui muito otário!”
O comentário foi motivado por um trecho do interrogatório em que Bolsonaro, de forma descontraída, “convida” o ministro Alexandre de Moraes para ser seu vice em 2026. Ao ouvir a proposta, Moraes respondeu, de forma contida mas direta: “eu declino”, arrancando risadas na sala.

Outro momento que repercutiu foi quando Bolsonaro chamou de “malucos” os apoiadores que defendiam intervenção militar e a volta do AI‑5. Weintraub compartilhou esse trecho e reafirmou sua crítica: “Eu fui muito otário!”.
Além das manifestações de remorso, o ex-ministro fez duras críticas ao movimento bolsonarista, descrevendo-o como “uma lepra, rastejante, covarde, mentirosa e calhorda”. Acompanhou ainda uma imagem de um rato, legendada com: “esse rato é mais imundo e covarde do que eu imaginava”.
Contexto da trajetória de Weintraub
Weintraub foi demitido em 2020 após 14 meses à frente do Ministério da Educação, período marcado por conflitos com reitores, parlamentares, comunidade acadêmica, magistrados do STF e minorias, incluindo grupos judeus e diplomatas chineses. Era considerado parte do núcleo ideológico do governo Bolsonaro, gerando crises constantes.
Em 2024, tentou concorrer à prefeitura de São Paulo, mas foi expulso do partido PMB após a legenda declarar apoio a Guilherme Boulos (PSOL-SP).
O interrogatório de Bolsonaro no STF
O depoimento, conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, integra investigação sobre uma suposta trama para reverter a derrota nas eleições de 2022. Bolsonaro admitiu ter cogitado decretar estado de sítio e admitiu ter apresentado uma minuta aos comandantes das Forças Armadas, embora negue ter tentado um golpe.
O ex-presidente reforçou sua narrativa de fraude nas urnas eletrônicas e tentou se distanciar das manifestações golpistas de 8 de janeiro, classificando os atos como “baderna” e atribuindo-os à falta de coordenação e liderança.