Ex diz que tinha contato com enfermeira morta pelo namorado e acha que ele viu mensagens

Igor Ferreira, o ex-noivo da técnica de enfermagem Rita Nogueira, de 27 anos, morta pelo atual namorado, o estudante de enfermagem Iago Lacê Falcão, de 26 anos, esteve na Delegacia de Homicídio da Capital (DHC), na Barra da Tijuca, nesta sexta-feira (18), para cobrar a prisão do principal suspeito pelo crime.

O ex-noivo contou que, mesmo após o término do relacionamento, continuava trocando mensagens com Rita. Segundo ele, os dois inclusive teriam marcado de conversar no domingo (13) e que ela teria dito que terminaria com o atual namorado. Para Igor, Iago deve ter visto as mensagens no celular da namorada.

“A gente sempre foi amigo, independente do nosso término. Na sexta-feira, nós conversamos e ela estava disposta a não ter mais nada com o Iago. As amigas são provas disso. No sábado, eles romperam e no domingo ela tinha marcado comigo para conversar. Porque a gente tem uma vida, compramos um apartamento juntos. Tudo da casa estava comprado”, comentou Igor.

“Eu acredito que ele possa ter visto isso no telefone (mensagens entre Rita e Igor). Porque ele estava na porta da casa dela a muito tempo. Os vizinhos relatam que o carro estava a muito tempo lá”

Igor e a família de Rita acreditam que Iago tenha cometido o crime por ciúmes da relação que ela tinha com o ex-noivo.

“Com 33 dias de se conhecer, o cara (Iago) achou que era o dono dela e fez essa atrocidade. Eu espero que seja solucionado logo, que o Iago seja preso, porque um monstro desse não pode continuar vivendo em sociedade”, disse Igor na porta da DH.

Igor também comentou sobre o comportamento de Iago. Segundo ele, as amigas dela conformaram que ele era ciumento e agressivo.

“As amigas dizem que ele tinha um comportamento muito agressivo, possessivo, ciumento. Nas postagens na internet, ex-companheiras e namoradas relatam a mesma coisa. Falam que ele era agressor e ciumento demais”, relatou, Igor,

Marconildo dos Santos, pai de Rita, chegou à Delegacia de Homicídios no início da tarde com uma camisa em homenagem à filha. Ele afirmou que espera justiça e que Iago seja preso.

“Um monstro desse não pode ficar na rua. Eu fico transtornado com a situação. A lei está muito branda. Eu tive que enterrar minha filha com caixão fechado. O criminoso está na rua, está solto”, comentou Marconildo.

Suspeito confessa e segue solto

Iago segue solto, mesmo após se apresentar à polícia, confessar de forma informal o crime e indicar de onde teria deixado o corpo da técnica de enfermagem.

No registro de ocorrência, o policial responsável diz que não considerou necessária a prisão em flagrante porque o suspeito se apresentou espontaneamente, acompanhado de advogada e fez uma confissão informal.

Iago não é considerado foragido, e investigadores aguardam laudos da perícia e outros elementos para avaliar se pedem ou não a prisão dele.

A Delegacia de Homicídios informou que Iago não ficou preso porque – conforme determina a lei – , quando se apresentou, não estava mais em estado de flagrante.

Detalhes do crime

Na delegacia, Iago forneceu detalhes do crime, apontou aos investigadores o local da morte, um motel no bairro de Sulacap, também na Zona Oeste, e onde teria abandonado o cadáver de Rita: em uma casa da família dele em Bento Ribeiro, na Zona Norte.

A polícia informou que periciou todos os locais indicados e o carro que teria sido utilizado para transportar o corpo da vítima do motel onde ocorreu o feminicídio para o ponto da ocultação do cadáver.

A casa em Bento Ribeiro, segundo vizinhos, está abandonada há pelo menos dez anos. No local, havia lixo, restos de obra, cordas e sangue. Parentes dizem que o corpo de Rita tinha sinais de tortura. Os pés, as mãos e o pescoço estavam amarrados.

Último registro da vítima

Imagens de segurança mostram o momento em que Iago estaciona o carro na casa da vítima na noite de domingo (13). Ela chega a ir até o carro e conversa com ele durante 30 segundos, depois sai e volta para casa. O estudante vai atrás de Rita e, depois de 1 hora e 15 minutos, os dois entram no veículo e saem.

Esse é o último registro de Rita de Kássia ainda com vida. Ela foi dada como desaparecida pela família, que procurou por ela até terça-feira, quando o corpo foi encontrado na casa de um parente de Iago.

“A notícia que causa mais revolta é que ele foi solto. A residência que ela foi encontrada é fixa da família de Iago”, ressalta o ex-noivo da vítima, Igor Ferreira.

Parentes da vítima foram até a delegacia em busca de informações e falaram aos policiais sobre mensagens que trocaram com o suspeito sobre o desaparecimento de Rita.

A vítima conheceu o suspeito no local de trabalho. Eles trabalhavam juntos na Maternidade Leila Diniz, na Barra, na Zona Oeste. Ela também era funcionária da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Nilópolis.

Rita se relacionava com Iago havia pouco mais de um mês. Antes, teve um relacionamento de dez anos com Igor, ex-noivo que ajudou nas buscas da jovem. A família acredita que Iago tenha cometido o crime por ciúmes.

“A gente não sabe nada desse cara, eu nem sabia que ela estava se relacionando com outra pessoa. Não tinha muito tempo, não. Eu acho que tinha um mês. Nem minha irmã sabia muitos detalhes. O ex dela disse que eles estavam para reatar, eles ficaram dez anos juntos, a gente acha que ele pode ter visto alguma mensagem”, conta a tia.

Fonte: G1