A explosão seguida de incêndio ocorrida na manhã desta segunda-feira (21), na plataforma PCH-1, na Bacia de Campos, deixou 32 trabalhadores feridos, segundo informações do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF). Do total, 14 sofreram queimaduras e os demais foram afetados por inalação de fumaça. Um dos trabalhadores foi resgatado com vida do mar após cair com o impacto da explosão, apresentando queimaduras, mas permanecendo consciente.
O Sindipetro-NF confirmou que terá um representante na comissão de investigação que vai apurar as causas do acidente. Desde as primeiras horas após a ocorrência, a entidade acompanha os atendimentos médicos nos hospitais de Macaé e Campos dos Goytacazes e mantém contato direto com os trabalhadores embarcados e seus familiares.

Relatos colhidos pelo sindicato com petroleiros que estavam a bordo revelam a gravidade da situação e a tensão vivida. Segundo os depoimentos, o incêndio teria começado por volta das 7h20 em um dos decks de produção, localizados abaixo do casario (área dos camarotes e alimentação). Um trabalhador que havia deixado o local pouco antes da explosão contou que sentiu o piso aquecer, ouviu um forte estrondo e logo em seguida o alarme foi acionado.
Durante a evacuação, trabalhadores enfrentaram corredores tomados por fumaça e, em alguns casos, rotas de emergência interditadas, sendo forçados a seguir por caminhos alternativos, inclusive passando por áreas com fogo. O combate ao incêndio foi realizado pela brigada de emergência e durou cerca de quatro horas, até que as chamas fossem completamente controladas às 11h25.
A Petrobras iniciou o desembarque de parte da equipe embarcada. A plataforma contava com 176 pessoas a bordo no momento do acidente. A previsão é que permaneçam na unidade apenas os trabalhadores essenciais para garantir habitabilidade, segurança e alimentação.
A plataforma PCH-1 está em processo final de cessão para a empresa Perenco, com a conclusão prevista até o final de 2025. Atualmente, a unidade opera como escoamento de gás produzido por plataformas vizinhas. Além de trabalhadores da Petrobras e da Perenco, também atuam na unidade profissionais de empresas contratadas, como a Engeman, que firmou contrato de R$ 280 milhões em fevereiro para manutenção integrada da plataforma.