A crise no governo do Estado do Rio de Janeiro ganhou novos contornos nesta terça-feira (9), com a entrada direta do senador Flávio Bolsonaro (PL) no impasse entre o presidente da Assembleia Legislativa (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil), e o ex-secretário estadual de Transportes, Washington Reis (MDB). O racha entre Bacellar e Reis, que já vinha se intensificando, se aprofundou após a exoneração do emedebista, decisão tomada por Bacellar na última quinta-feira (3), enquanto exercia o governo interinamente, durante viagem oficial de Cláudio Castro (PL) a Portugal.
Em entrevista ao site Agenda do Poder, Flávio Bolsonaro afirmou que pediu pessoalmente ao governador Cláudio Castro que revogue a exoneração e promova o diálogo entre os dois aliados. “Sugeri ao governador que revisse a exoneração, ele próprio fazendo ou alinhado com Rodrigo Bacellar. Washington Reis é uma grande liderança e é importante estar no nosso time em 2026.”

O movimento de Flávio é visto como uma tentativa de evitar uma cisão dentro do grupo político que hoje comanda o Palácio Guanabara. No entanto, a declaração irritou Bacellar, que reafirmou que deixará a disputa pela sucessão de Cláudio Castro caso seja desautorizado.
“Não retiro uma vírgula do que disse”, afirmou Bacellar nesta terça-feira (8), ao O Globo. O deputado já havia declarado na última sexta-feira, em entrevista à TV Globo, que a revogação da exoneração de Reis o faria “não compactuar mais” com o projeto político de ser candidato ao governo do Estado em 2026.
Mesmo exonerado, Reis manteve agenda institucional nesta terça-feira em Brasília, onde se reuniu com o presidente da empresa pública Infra S.A., Jorge Bastos, no Ministério dos Transportes. O encontro tratou do apoio federal a obras em uma rodovia em Magé, na Região Metropolitana do Rio, município onde Reis já foi prefeito e mantém forte influência política.
Enquanto isso, o governador Cláudio Castro, que retornou de Portugal na noite de domingo (6), ainda não se pronunciou oficialmente sobre o destino de Reis no governo. Interlocutores próximos afirmam que ele avalia os riscos de agravar o racha político dentro da base que sustenta sua gestão.
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