Fraude em processo seletivo de emprego: 36% dos recrutadores mentem

Luiz Fernando Ribeiro, de 27 anos, candidatou-se a uma vaga de estágio como desenvolvedor em 2018. Para avançar no processo seletivo, recebeu a tarefa de construir um site seguindo instruções enviadas pela empresa, que eram estranhamente complexas e detalhadas em comparação aos pedidos de outros recrutadores. Sem o conhecimento necessário para entregar o teste, ele avisou que não poderia seguir na disputa. Depois, conversando com outros candidatos, descobriu que o esboço exigido era, na verdade, um serviço que a empresa pretendia entregar a um de seus clientes.

Casos como o de Luiz mostram que não são apenas os candidatos que exageram suas habilidades e suas qualificações nos currículos para conquistar um emprego. Muitos leitores reagiram dizendo que, nos processos seletivos também há muitas “pegadinhas” e mentiras das empresas, como suavizar as responsabilidades do cargo ou exagerar no salário oferecido, misturando pagamento fixo com comissões, bônus e outras remunerações variáveis. Há ainda as que publicam vagas que não existem para chamar a atenção em redes sociais. 

Sondagem

Em agosto de 2023, a plataforma de currículos Resume Builder entrevistou 1.060 gerentes e líderes empresariais envolvidos em recrutamentos. A sondagem revelou que 36% admitiram mentir para candidatos sobre o cargo ou a empresa no processo de contratação para seduzir talentos. Destes, 75% costumam faltar com a verdade na entrevista. Outros são imprecisos no comunicado sobre a vaga (52%) e no documento em que encaminham a proposta ao escolhido (24%). Na pesquisa, as mentiras mais comuns envolvem responsabilidades do cargo e oportunidades de crescimento e de desenvolvimento na empresa.

Fonte: Extra