Mãe e padrasto responsáveis pela morte de menina de dois anos, em Campos, são condenados a mais de 54 anos de prisão

Após o término do julgamento na noite desta segunda-feira (01), no Fórum de Campos, Lucas Lopes dos Santos e Helen da Silva Pereira foram condenados a mais de 54 anos prisão. Ambos, padrasto e mãe, são responsáveis pela morte da menina Izabelly Gomes da Silva, de apenas dois anos de idade, em setembro de 2022, em Campos.

Conforme apurado pelo Manchete RJ, o padrasto foi condenado a 54 anos de reclusão e dois meses e dez dias de detenção. Já a mãe foi condenada a 54 anos de reclusão e dois meses de detenção. Ambos pelos crimes de homicídio consumado, estupro de vulnerável, e maus tratos.

O plenário do júri popular condenou os dois em todas imputações indicadas pela então delegada da 146ª Delegacia Policial de Guarus, Madeleine Dykeman.

Relembre
O casal foi preso no dia 01 de setembro de 2022, por suspeita na morte de uma criança de dois anos, que deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Guarus, em Campos. A criança chegou à unidade hospitalar com hematomas pelo corpo, que não estariam de acordo com a versão dada pela mãe e pelo padrasto, de que ela teria caído no banheiro. Ambos foram detidos pela Polícia Civil em uma casa na praia de Santa Clara, em São Francisco de Itabapoana.

O laudo médico apontou que a causa da morte foi espancamento. Durante a investigação, a polícia ainda descobriu que a menina teria sido vítima de abuso sexual.

Não foi um acidente. Houve um crime. Os laudos comprovam que a causa da morte foi uma hemorragia causada pela laceração do baço e fígado, corroborando o fato de que ela foi espancada”, disse a delegada da 146ª DP, na época, Madeleine Dykeman.

Ainda segundo a delegada, o padrasto é apontado como autor do estupro e das agressões que causaram a morte da menina. A mãe responde por omissão relevante, pois laudos comprovaram que a menina já sofria agressões antes da morte. 

Diante do resultado do laudo e também das inconsistências apontadas pelos profissionais da UPA que atenderam a criança em relação à versão dada pelo casal na unidade hospitalar, a prisão do casal foi deferida.

Entenda o caso
Segundo informações constadas no registro de ocorrência feito na 146ª DP, por volta das 20h25 de quarta a Polícia Militar foi acionada, logo após a morte da menina Izabelly. Profissionais da unidade de saúde relataram aos policiais que a criança chegou desacordada e que, após 40 minutos de tentativa de reanimação, foi constatado o óbito. Os profissionais decidiram chamar a polícia porque verificaram a existência de lesões o corpo da criança, aparentemente incompatíveis com o relato de uma queda no banheiro, conforme havia sido informado pela mãe da menina.

De acordo com o relato da mãe, ela teria saído para comprar café e deixou a criança sob os cuidados do padrasto e, ao retornar, encontrou a menina convulsionando, nos braços dele. Os dois levaram a criança para a UPA, na tentativa de socorrê-la.

As lesões no corpo da menina foram encontradas na face, pescoço, cabeça, quadril, costas e havia ainda um edema na cabeça.

Após o relato da mãe, os policiais entraram em contato com o padrasto e solicitaram a presença dele. Aos agentes, o homem contou que a menina havia pedido para ir ao banheiro e que em seguida caiu e bateu com a cabeça, convulsionando. Também segundo o relato do padrasto aos policiais, ele havia tentado salvá-la, passando água em seu rosto e desenrolando a língua da menina.