Mãe que procurava bebê gêmea informa que a filha foi encontrada sem vida nas enchentes do Rio Grande do Sul

Gabrielli Rodrigues da Silva, 24 anos, anunciou neste domingo, 12 de maio, a trágica notícia de que sua bebê gêmea foi encontrada morta nas enchentes do Rio Grande do Sul. Durante o resgate da casa inundada, o barco em que estavam virou, resultando na perda irreparável da filha.

Uma das bebês foi resgatada e a outra estava desaparecida. “Meu presente de dia das mães foi o fim de uma busca incansavelmente por você filha. Agora você está com o papai do céu”, escreveu a mãe.

Desde o último sábado, dia 4 de maio, a família vivia momentos de angústia à procura da filha Agnes da Silva Vicente, de apenas sete meses e idade. A criança desapareceu durante um resgate em meio à enchente que atingiu o bairro Harmonia, em Canoas, Rio Grande do Sul, quando a embarcação transportava a família.

Gabrielli relatou os momentos de terror vividos quando a tragédia aconteceu. “Estávamos na Rua José Maia Filho, quando o barco virou [com 14 pessoas]. Foi agoniante. Nenhuma das mulheres sabia nadar. Eu estava com meu filho de 2 anos no meio das pernas. Quando caímos, agarrei ele pelo braço e me segurei na ponta do barco.”, conta a mãe aflita.

No caos do acidente, Agnes estava no colo da sogra de Gabrielli enquanto Ágata, sua irmã gêmea, era segurada pela avó. Alice, a filha mais velha de Gabrielli, de 7 anos de idade, estava sentada próxima ao motor da embarcação. “Quando caímos na água, a minha visão ficou turva. Só pensava nos meus filhos. Comecei a gritar porque só o meu filho Gabriel estava agarrado comigo. Pessoas que estavam em outros barcos nos ajudaram. Nessa loucura, todos fomos separados. As crianças não ficaram com os adultos”, reflete.

Após o incidente e no meio do desespero generalizado, Gabrielli informou aos voluntários e socorristas sobre suas duas filhas pequenas. Foi-lhe dito que ambas haviam sido salvas. No entanto, apenas Ágata foi localizada.“Os dias têm sido um tormento. Há muita informação desencontrada. Ninguém sabe me informar onde está minha filha. Tem que ter sido para um hospital [que a menina foi levada] porque ela deve ter engolido água também. Minhas outras filhas estão em observação no Hospital Universitário”, desabafa Gabrielli.

Ágata e Alice ficaram sob observação médica por terem ingerido água contaminada com gasolina e óleo; Alice apresenta suspeita de pneumonia.