O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 1ª Promotoria de Justiça Junto ao III Tribunal do Júri da Capital, obteve a condenação do policial militar Janitom Celso Rosa Amorim, por maioria de votos, a 30 anos de reclusão pelo assassinato da própria namorada, Mayara Pereira de Oliveira, em novembro de 2020. A audiência, realizada na quarta-feira (12/03), aconteceu coincidentemente no dia em que a vítima completaria 36 anos. Durante o julgamento, a mãe de Mayara passou mal e precisou ser socorrida, encontrando-se internada.
A pedido do MPRJ, o Juízo também determinou a perda do cargo do condenado na corporação. Na época do crime, Janitom era lotado no 37º BPM, em Resende, e atuava em Itatiaia, no Sul Fluminense.
De acordo com a denúncia oferecida pelo MPRJ, o crime ocorreu no estacionamento da faculdade onde Mayara cursava pós-graduação em Odontologia, na cidade de Valença. O condenado manteve a vítima sob a mira de uma arma de fogo dentro de um carro por cerca de três horas. Mesmo com a chegada de uma equipe do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) para tentar negociar a rendição, Janitom atirou no rosto da namorada e se entregou logo em seguida. Mayara chegou a ser levada ao hospital, mas não resistiu ao ferimento.
O MPRJ demonstrou que o crime foi motivado por um ciúme doentio e pelo desejo de controle absoluto sobre a vítima. Nos autos, constam provas de que o condenado monitorava a vida de Mayara, tendo instalado câmeras em seu consultório odontológico e exigido que ela excluísse suas redes sociais. Também foi comprovado que ele fiscalizava constantemente a agenda de atendimentos da namorada, aumentando sua obsessão quando havia pacientes do sexo masculino.
O processo foi julgado na Capital devido à comoção que o caso gerou na cidade de Valença.
