A última sexta-feira (23) foi marcada pelo ativismo feminino. Mulheres unidas em defesa de sua liberdade de expressão fundaram o Núcleo Regional do Mulherio das Letras, em Quissamã, durante evento realizado no auditório da Prefeitura.
“Trata-se de um coletivo de mulheres autoras e leitoras criado em 2017 na Paraíba que valoriza a participação feminina na cadeia da produção literária”, explicou Gil Lourenço, poeta quissamaense que idealizou e mobilizou o evento, denominado Sarau Margaridas, convidando para uma participação especial o coletivo feminino.

“As Poderosas”, grupo carnavalesco criado em 2016, que agrega centenas de mulheres, também participou da iniciativa. “É apoiando umas às outras que conseguiremos alcançar nossos objetivos, estou grata e feliz por contribuir com ato fundador do Mulherio das Letras”, relatou Bruna Pessanha, uma das idealizadoras do bloco.
Com representação de Macaé, com a escritora Zaira Gonçalves; Carapebus, com a escritora Ana Paula Filgueira; e São Fidélis, com a educadora Giovana Hentzy, o encontro teve como ação inaugural o Sarau Margaridas, onde dezenas de mulheres declamaram textos próprios e de outras autoras.
Além da concorrida sessão de declamações, oratória e música, a primeira edição do Sarau agraciou a autora Ana Paula Filgueira com o título de Mulher Inspiradora, objetivando encorajar outras a publicarem os seus textos, contribuindo para o autoconhecimento e a mudança da sociedade.
“Escrever é um ato de resistência, pois a literatura promove reflexões sociais, liberta as amarras da consciência e cura as feridas da alma”, destacou a homenageada.
Com dois livros-solo publicados e selecionada para dezenas de antologias, a organizadora do Mulherio das Letras de Quissamã e Região Gil Lourenço vem se destacando em bienais e feiras literárias de várias cidades brasileiras. Foi conhecendo outras autoras que a quissamaense conheceu as dificuldades que se impõem à participação feminina no mercado literário do país. Não demorou a se identificar com o Mulherio das Letras, cuja pauta defende a valorização do trabalho feminino em todos os estágios da publicação de um livro.
O coletivo feminista vem crescendo continuamente e já está presente em muitas cidades do Brasil e do exterior, organizando e incentivando mulheres leitoras e autoras. As mulheres do novo núcleo foram prestigiadas remotamente com mensagens de encorajamento e parabenização pela iniciativa por Lílian Maial e Rozzi Brasil, membros colaboradoras do Mulherio Rio de Janeiro e Franci Rocha, do Mulherio Ecoadas – Belém do Pará.
Em sua fala de encerramento, Gil Lourenço destacou o livro como um instrumento de poder para as mulheres, reivindicando o fortalecimento e a especialização da participação feminina na experiência literária, da escrita à leitura, da edição à publicação, da divulgação à venda.
“A humanidade se engrandece quando as mulheres contam as suas histórias, expressando as suas sensibilidades e vivências nas mais variadas formas e inspirações”, completou.
Fonte: Ascom