PF deflagra Operação de combate a prática de Front Running

Na manhã desta quarta-feira (7), a Polícia Federal deflagrou a Operação Rabbit com o objetivo de combater a prática ilegal de Front Running no mercado financeiro. Cumprirão-se quatro mandados de busca e apreensão na cidade do Rio de Janeiro: dois na Freguesia e dois na Tijuca.

A Justiça também determinou o sequestro de bens e valores até o montante de R$ 5.141.045,34 – quantia arrecadada pelo grupo investigado a partir da prática criminosa –, bem como o afastamento de um funcionário do seu cargo em uma Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários (DTVM) por envolvimento com o esquema ilícito. A 3ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Rio de Janeiro expediu todas as ordens judiciais citadas.

Investigações da PF iniciaram através de denúncia


 
As investigações começaram com uma denúncia de que os investigados usavam informações sigilosas para antecipar movimentos do mercado e obter vantagem financeira. Esse fato configura o crime de Front Running, que ocorre quando um operador financeiro se antecipa a uma grande operação de um investidor, influenciando o preço de mercado e gerando lucro. Assim, configura-se um conflito de interesses por meio do uso de informação privilegiada.

Constatou-se que o grupo criminoso tinha uma taxa de êxito superior a 94% em operações de day trade, utilizando informações privilegiadas. As investigações contaram com a colaboração da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que apontou o ganho bruto de R$ 5.141.045,34. O valor foi obtido pelo grupo com os day trades realizados no período de 2016 a outubro de 2022.
 
Com o aprofundamento das investigações, foi possível descobrir que as informações privilegiadas advinham do funcionário de uma Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários (DTVM), instituição financeira que tem como objetivo intermediar a compra e venda de títulos e valores mobiliários. O homem em questão repassava as informações para pessoas conhecidas dele, com o intuito de que estas se antecipassem aos movimentos do mercado.

Investigados podem pegar até 20 anos de prisão


 
Os investigados poderão responder pelos crimes de Front Running, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Se somadas, as penas máximas superam os 20 anos de reclusão, além de também envolverem multa e ressarcimento dos valores obtidos ilegalmente.
 
O nome da operação, Rabbit (coelho), remete a um jargão internacional do atletismo. De fato, o “coelho” é um atleta que acelera o ritmo no início das corridas e estimula os corredores a rendimentos maiores. Além disso, o termo se refere à conduta de Front Running, que significa “correr na frente” e se antecipar a movimentações do mercado com informações privilegiadas.

Fonte: Polícia Federal no Rio de Janeiro