Na manhã desta quinta-feira (04), a Polícia Federal deflagrou a segunda fase da Operação Venire, visando apurar fraudes contra o sistema de vacinação do Ministério da Saúde. A operação cumpriu dois mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro e em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Um dos alvos é o atual secretário estadual de Transportes e ex-prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis.
As investigações indicam que o sistema da Secretaria de Saúde de Duque de Caxias foi usado, de forma irregular, para inserir nos registros do ex-presidente Jair Bolsonaro, familiares e aliados doses de vacina contra a Covid que nunca foram aplicadas de fato.
O esquema teria adulterado inclusive os cartões de vacina do deputado federal Gutemberg Reis, irmão de Washington Reis.
Imagens divulgadas pela imprensa mostram três carros da Polícia Federal estacionados em frente à mansão de Washington Reis na manhã desta quinta, com agentes circulando pelos corredores do imóvel. A operação investiga a existência de uma associação criminosa responsável pela inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações e na Rede Nacional de Dados em Saúde, ambos do Ministério da Saúde.
Os mandados de busca e apreensão foram emitidos pela Justiça Federal após indícios de que membros da organização estariam manipulando registros de vacinação para emitir certificados falsos. A fraude compromete a integridade do programa nacional de imunização, essencial para o controle da pandemia de Covid-19.
Durante a operação, os agentes apreenderam documentos, computadores e outros dispositivos eletrônicos na residência de Washington Reis, que serão analisados para aprofundar as investigações.
Washington Reis, que foi prefeito de Duque de Caxias entre 2017 e 2020 e atualmente ocupa um cargo na administração pública estadual, ainda não se manifestou publicamente sobre a operação. Sua defesa afirmou que ele está colaborando com as investigações.
O Ministério da Saúde destacou a importância de garantir a autenticidade dos registros de vacinação e reforçou seu compromisso em colaborar com as autoridades para identificar e punir os responsáveis por fraudes. A pasta alertou que a manipulação de dados de vacinação compromete a saúde pública e mina a confiança nos sistemas de imunização.