Uerj investiga PMs por depredação do Centro Acadêmico de Filosofia

A Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) investiga a denúncia de que policiais militares do Batalhão de Choque foram responsáveis pela depredação do Centro Acadêmico de Filosofia Gerd Bornheim (CaFil). Durante o Conselho Universitário realizado na sexta-feira (27), uma professora do Centro de Ciências Sociais afirmou que as câmeras de segurança flagraram agentes entrando no local, dia 20, durante a desocupação do prédio.

De acordo com a professora Mônica Leite Lessa, diretora do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, as imagens mostram que, por volta das 13h, um grupo de dez policiais entrou duas vezes no CaFil, que estava trancado com correntes e cadeado. Após a saída dos policiais, quatro vigilantes da Uerj também acessaram o local. O Centro Acadêmico fica no nono andar do campus no Maracanã, na Zona Norte.

“Venho registrar que após denúncias do Centro Acadêmico de Filosofia, de que o espaço que ocupam no bloco F havia sido invadido e que pertences haviam desaparecido, fui consultar as imagens do circuito interno das câmeras dos blocos A, B e F. E comprovei que no dia 20, por volta das 13h, um grupo de 10 homens da Polícia Militar entrou por duas vezes no CaFil, até então trancado com correntes e cadeado. Após alguns minutos da saída da Polícia Militar, nosso circuito gravou a entrada de aproximadamente quatro vigilantes da Uerj. Observa-se que a ação da polícia no nono andar não foi acompanhada por nenhuma autoridade”, relatou durante o conselho.

A professora enviou um documento à reitoria e à procuradoria geral da Uerj solicitando a apuração dos fatos. “Minha ação não pretende com isso beneficiar nenhum dos lados, apenas verificar o que houve, resguardando o direito civil de todos”, afirmou.

Nas redes sociais, os estudantes que participaram da ocupação afirmam que, após deixarem o prédio, surgiram acusações de que eles haviam destruído o CaFil.

“Eles invadiram e destroçaram tudo, enquanto a reitoria tenta jogar a culpa nos estudantes! Antes da desocupação, os espaços estavam intactos! Há registros das câmeras de segurança que comprovam a verdade”, diz um trecho do texto publicado no perfil do Centro Acadêmico.

Por meio de nota, a universidade informou que as denúncias estão sendo investigadas. “A Procuradoria da Uerj está orientando a direção da Unidade a levantar as informações necessárias para apurar o que de fato ocorreu e quais as circunstâncias”.

Fonte: O Dia