Delegada apreende passaporte de companheiro de grávida brutalmente assassinada em Campos; investigações apontam para crime passional

A delegada titular da 134ª DP (Campos), Natália Padrão, informou que a Polícia Civil pediu à Justiça a quebra de sigilo de dados de suspeitos envolvidos no assassinado de Letycia Peixoto Fonseca, de 31 anos, em Campos. Em vídeo publicado nas redes sociais, Natália antecipou que os novos desenvolvimentos dependem da autorização da Justiça para liberar o acesso a “aplicativos atípicos” e confirmou que o passaporte do companheiro de Letycia foi apreendido preventivamente.

— Eu imagino o quanto a sociedade e a família estão famintas por informações, acerca da motivação, das pessoas que participaram desse crime. Quero adiantar que está envolvendo quebras tecnológicas de aplicativos atípicos. Estamos em plantão judiciário, precisamos de manifestação do Ministério Público, da decisão do Poder Judiciário, envio da decisão para operadoras e aplicativos, o prazo para resposta e um tempo para análise desses dados tecnológicos muito complexos — explicou a delegada pelo Instagram.

A titular da  DP de Campos confirmou que o passaporte do companheiro de Letycia, pai do bebê, foi recolhido de maneira preventiva, para garantir o cumprimento da lei dependendo dos desenvolvimentos do caso. Natália Padrão também pediu calma e paciência para que nenhuma acusação seja feita sem a devida comprovação.

— A motivação segue caminhando no sentido de ser passional. Eu representei pedindo o recolhimento do passaporte do pai, como uma forma de resguardar ao final do processo a aplicação da lei penal. Uma medida cautelar de prevenção. Mais diligências externas foram feitas, provas produzidas e testemunhas ouvidas. Vou resguardar o sigilo para garantir o sucesso da investigação, estamos em um caminho muito bom — declarou Natália.https://www.instagram.com/p/CpbDdWtuUbW/embed/captioned/?cr=1&v=12

Na tarde deste sábado, a delegada também informou que diversas diligências nas comunidades da região, imagens e testemunhas levaram à prisão de um dos executores que estava na motocicleta. Ele confessou o crime, e as investigações seguiram no sentido da motivação ser passional. O foco agora é a produção de provas na busca de um segundo executor.

Suspeito preso em Campos, pelo envolvimento na morte de Letycia Peixoto Fonseca — Foto: Divulgação
Suspeito preso em Campos, pelo envolvimento na morte de Letycia Peixoto Fonseca — Foto: Divulgação

— Conforme eu disse, não é fácil fazer a conclusão e a densidade de todos esses dados de informática e tecnologia que nos farão concluir plenamente a autoria. Não só do mandante, como do executor, bem como das pessoas que de forma aleatória colaboraram de alguma forma para consumação da empreitada criminosa. A investigação está num bom caminho, em uma linha de sucesso e adiantada. Agora, precisamos mesmo de tempo para concretizar, materializar e formalizar todas as provas— finalizou a delegada.

O crime aconteceu na Rua Simeão Schremeth, no trecho próximo à Avenida Arthur Bernardes, no Parque Aurora. Letycia Peixoto Fonseca, de 31 anos, foi levada para o Hospital Ferreira Machado. O bebê nasceu com vida mas morreu no hospital.

Os assassinos se aproximam e o bandido que está na carona começa a atirar contra o carro. A mãe de Letycia vai até a motocicleta e consegue segurar o suspeito que fez os disparos, que cai do veículo, mas consegue se equilibrar e atira contra a mulher. Ferida na perna esquerda, ela cai, mas logo depois se levanta e vai em direção à porta do motorista.

De acordo com informações da polícia, Letíycia estava no carro de uma empresa. Ela chegava em casa quando dois homens numa moto se aproximaram do automóvel. Num vídeo que circula em redes sociais é possível ver o veículo estacionado e a mãe da vítima em pé junto à porta do carona.

No momento do crime, Letycia deixava a tia-avó Simone Peixoto, de 50 anos, em casa, após um passeio de carro para acalmá-la. Simone tem síndrome de Down e ficou coberta de sangue no banco do carona. O crime aconteceu na mesma rua em que mora boa parte da família: além da tia-avó Simone; a casa em que Letycia morava com a mãe, Cintia Fonseca, fica na mesma rua; bem como a casa do tio-avô da vítima, Célio Pessanha Peixoto, tio de Cintia, que socorreu as parentes e vive no local a vida inteira.

Quando Cintia desceu para abrir o portão e levar a tia para casa em segurança, dois homens encostam, de moto, na janela da motorista e o garupa efetua os disparos.

O Disque Denúncia divulgou um cartaz para obter informações que possam levar à prisão dos envolvidos na morte de Letycia. O telefone para denunciar é (21)2253-1177.

Fonte: OGLOBO