Internada há 31 dias, Juliana Leite Rangel, de 26 anos, baleada na cabeça pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na véspera de Natal, lembrou os momentos de terror de viveu dentro do carro da família. No leito da enfermaria do Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, a jovem contou à reportagem do ‘Fantástico’, da TV Globo, que mandou o irmão abaixar e acabou levando um tiro no crânio.

“Aconteceu tudo muito rápido. Eu, entretanto, tomei o tiro tentando salvar meu irmão, eu mandei ele abaixar, porque ele é deficiente visual”. O depoimento é da estudante, que ainda faz uso de uma cânula por causa do procedimento de traqueostomia. Ela lembra ainda que olhou para trás durante os disparos e viu os policiais atirando. Juliana deseja justiça e que os agentes sejam punidos.

Agora, a estudante pensa em retornar logo para a rotina e contar sua história de superação. “Aos poucos estou conseguindo me recuperar. A primeira coisa que eu quero fazer é encontrar a minha sobrinha”, diz.
Apesar das limitações, Juliana tem tido melhoras significativas. Ela, inclusive, já consegue caminhar, mas com ajuda. Os médicos responsáveis pelo tratamento, portanto, estimam que entre duas a três semanas a paciente poderá retornar para casa.
Jovem recebeu tiro na cabeça
Juliana, entretanto, foi atingida na cabeça por um tiro, socorrida e levada para o Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, na noite do dia 24 de dezembro. Ela, os pais, o irmão e a namorada dele, seguiam de Belford Roxo, na Baixada. Eles iam para a casa da irmã, em Itaipu, Região Oceânica de Niterói, onde a família faria a ceia de Natal.
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No entanto, quando o carro da família passava pela Rodovia Washington Luiz (BR-040), na altura de Duque de Caxias, agentes da PRF dispararam contra o veículo. Um desses tiros perfurou a traseira do veículo e atingiu Juliana e o pai dela na mão direita. Três agentes envolvidos no incidente são alvo de um procedimento interno da PRF, além de um inquérito aberto pelo Ministério Público Federal.