Em uma mensagem contundente durante a 44ª Conferência da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), realizada em Roma nesta segunda-feira, o Papa Leão XIV denunciou o emprego da fome como instrumento de guerra, qualificando a prática como “uma forma muito barata de fazer guerra”.
O pontífice, de origem norte-americana, saudou os esforços da Igreja Católica em apoiar “todas as iniciativas para pôr fim à indignação da fome no mundo” . Destacou que conflitos modernos, frequentemente protagonizados por grupos armados civis, frequentemente visam deliberadamente as infraestruturas que sustentam a vida — redes de água, abastecimento de alimentos e transporte — como uma tática de dominação populacional.

Em seu discurso, Leão XIV enfatizou:
- Agricultores são impedidos de comercializar sua produção em zonas de conflito;
- A escassez de alimentos dispara a inflação e aumenta o risco de mortalidade em massa;
- Enquanto isso, líderes políticos acabam lucrando com a prolongação dos conflitos.
O Papa também alertou para o impacto combinado entre crises políticas, conflitos e turbulência econômica, afirmando que estes fatores agravam severamente a segurança alimentar global, impedindo o acesso a uma vida digna. Segundo ele, “sem paz e estabilidade não será possível garantir sistemas agrícolas e alimentares resilientes”.
Concluiu, com uma mensagem de urgência: será “um erro fatal não curar as feridas e as fraturas causadas por anos de egoísmo e superficialidade”. Sua mensagem reforça o chamado da FAO para fortalecer a cooperação internacional, especialmente em momentos de conflitos prolongados e tensões geopolíticas globais.